sábado, 16 de abril de 2011

PROJETO JORNAL NA ESCOLA
Alunos ativos

A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão.”



1. IDENTIFICAÇÃO:

PROFESSOR RESPONSÁVEL: Fabiana de Oliveira Ribeiro

DISCIPLINA: Língua Portuguesa

TÍTULO: PROJETO JORNAL NA ESCOLA - Alunos ativos

DURAÇÃO:  de 15 de abril a 15 de dezembro de 2011.

LOCALIZAÇÃO: Escola E. Bolívar Boanerges da Silveira, Alterosa, MG

EXECUÇÃO: Professora Fabiana de Oliveira Ribeiro e alunos dos  3ºs anos “B” , “C” , 1ºs anos “A” e “C”

APOIO: comércio local e pedagoga Catarina, bibliotecárias

PÚBLICO ALVO: alunos dos 3 ºs anos “B”, “C” e 1º anos “A”, “B”

PROBLEMATIZAÇÃO: Desinteresse pela leitura e escrita, dificuldade de redação de textos diversos, reconhecimento e interpretação de gêneros textuais variados.

2. JUSTIFICATIVA:

A edição de um jornal escolar oferece reflexões sobre práticas escolares de produção de texto. Conforme Possenti(1996) comentado por Antunes(2007), “‘o dia em que as escolas se dessem conta de que estão ensinando aos alunos o que eles já sabem, e que em grande parte falta tempo para ensinar o que eles não sabem, poderia ocorrer uma verdadeira revolução (...) Sobrariam apenas coisas inteligentes para fazer na aula, como ler e escrever, discutir e reescrever, reler e reescrever mais, para escrever e ler de forma sempre mais sofisticada etc.’ Enquanto não nos dermos conta desses princípios – tão simples! – nossos alunos(e muitos de nós!) vão continuar sem se apaixonar pela língua, com dificuldades de leitura e produção de textos; e, nós, vamos continuar nos queixando de que eles não sabem amar a língua, não sabem ler, não se interessam, têm dificuldade  de entender o que lêem, escrevem bobagens.” Diante disso é urgente que as aulas de línguas passem da teoria para a prática, mas não só a prática da escrita ou leitura: à pratica de uma postura crítica  que manifeste ideologias. O jornal, nesse contexto, é um suporte que oferece tal possibilidade, além de despertar interesse dos alunos e oportunidade de publicação de seus textos enriquecendo, assim, seus currículos.   
Cabe lembrar que, na edição e redação de um jornal é possível cumprir várias das orientações do Conteúdo Básico Comum(CBC) como o contexto de produção, circulação e recepção de textos; situações comunicativas; suporte de circulação do texto; localização do texto dentro do suporte; silhueta dos textos;  pacto de recepção do texto (ficcional x não-ficcional; domínio discursivo; interação textual e função socio-comunicativa de cada gênero; situações sociais de uso do texto/ gênero;  variedades linguísticas (dialetais e de registro;  organização temática (ou tópica) do texto; uso de diferentes suportes textuais, produtiva e autonomamente; além do  uso da informática como instrumento de ensino- aprendizagem.

3. OBJETIVO GERAL:

Expressar-se por escrito, conforme solicitação do momento, de forma clara, precisa, coesa, coerente e relevante.

4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

•Despertar o interesse e hábito de leitura;
•Desenvolver habilidades de comunicação escrita;
•Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso;
•Conhecer o conjunto de conhecimentos pragmáticos, discursivos, semânticos e formais envolvidos no uso da língua;
•Compreender o texto literário como lugar de manifestação de ideologias;
•Desenvolver espírito de coletividade;
•Desenvolver potencialidades criativas;
•Estimular a imaginação;
•Obedecer a regras;
•Ler e entender um texto, de qualquer dimensão, de qualquer tipo ou gênero;
•Compreender e produzir textos, considerando o contexto de produção, circulação e recepção;
•Compreender e usar, produtiva e autonomamente, mecanismos de modalização e argumentatividade em textos de diferentes gêneros;
•Posicionar-se criticamente frente a posicionamentos enunciativos de textos;
•Compreender e produzir textos, considerando os efeitos de sentido de relações intertextuais com outros textos, discursos, produtos culturais e linguagens;
•Reconhecer o gênero do texto;
•Compreender a organização temática de textos de diferentes gêneros;
•Produzir textos com organização temática adequada ao contexto de produção, aos objetivos do produtor e ao tema;
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, focos narrativos adequados ao efeito de sentido pretendido;
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, as fases ou etapas do discurso narrativo na compreensão e produção de textos;
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, estratégias de ordenação temporal nos diferentes discursos;
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, mecanismos de coesão verbal nos textos;
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, mecanismos de textualização dos discursos citados ou reportados em textos;
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, mecanismos de coesão nominal;
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, as fases ou etapas do relato noticioso, na compreensão e produção de notícias e reportagens;
•Integrar informação verbal e não-verbal na compreensão global do relato noticioso;
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, marcas lingüísticas e gráficas de conexão textual nos discursos;
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, no discurso descritivo, mecanismos de focalização
adequados ao efeito de sentido pretendido;
•Produzir textos considerando os objetivos ( para quê) e o interlocutor ( para quem);
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, no discurso expositivo e argumentativo, mecanismos de focalização adequados ao efeito de sentido pretendido;
•Reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, mecanismos de textualização dos discursos citados ou
•Reconhecer que as formas lingüísticas (palavras, sintagmas ou frases) podem ter sentidos diferentes, dependendo da situação comunicativa e dos objetivos da interação;
•Reconhecer que, no uso da língua, realizamos atos de linguagem(declarar, afirmar, negar, perguntar, pedir, ordenar, avisar, informar, convencer, persuadir, amedrontar, ameaçar, prometer...), que integram o sentido de enunciados e textos;
•Reconhecer que o sentido não está apenas nas formas lingüísticas, mas na interação que relaciona usuários, formas, situação comunicativa e contexto;
•Reconhecer diferentes objetivos de leitura em um jornal (informação, conhecimento, entretenimento), considerando a organização desse suporte;
•Inferir o público-alvo do jornal ou partes do jornal ( cadernos, suplementos, seções, colunas), considerando o projeto gráfico, os temas abordados, os gêneros e domínios discursivos, os pactos e finalidades de leitura;
•Reconhecer o jornal como espaço privilegiado de circulação de neologismos e variedades lingüísticas;
•Posicionar-se criticamente frente à importância atribuída por um jornal a determinadas matérias;
•Avaliar criticamente o grau de objetividade e credibilidade de um jornal;
•Relacionar linha editorial, público leitor e tratamento ideológico-linguístico da informação em jornais.

5. DESENVOLVIMENTO:

1ª Etapa: desafiar os alunos a partir da exposição da proposta de trabalho, encorajando-os e despertando-os para as múltiplas possibilidades de aprendizado que poderíamos todos ter ao editar um jornal na escola;
2ª Etapa: Escolha de um líder de turma e orientador, redação dos textos e busca de parcerias na sociedade;
3ª Etapa: Escolha de um nome e montagem do jornal com os  textos dos alunos;
4ª Etapa: envio à gráfica e distribuição para a comunidade escolar.

6. AVALIAÇÃO:
O professor observará o comprometimento, participação efetiva, empenho, criatividade e esforço dos alunos em contribuir para o jornal.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A função central da linguagem é promover os chamados atos linguísticos, nos quais usamos a linguagem para comunicar, expressar, convencer, descrever, opinar, etc, marcando assim, nossa posição social dentro do contexto cultural e situacional em que nos encontramos. Segundo Gnerre, tais atos linguísticos são regidos por regras que estabelecem não apenas sua validade como também o seu valor, pois é a observação ou não dessas regras que estabelecem a interação social entre falante e ouvinte. Uma vez que nem todos os indivíduos têm o mesmo nível de conhecimento a respeito dessas regras, os grupos com maior domínio acabam recebendo um maior prestígio social e determinando assim a variedade considerada “culta” ou “padrão, imprimindo  as marcas de poder da sociedade. A escola tem o papel de propiciar a todo o indivíduo o domínio de sua língua, para amenizar essas desigualdades, mas como, se muitas vezes as escolas são tão despreparadas e desinteressantes eu não conseguem sequer influenciar as pessoas? Como ensinar a língua se as aulas de Língua Portuguesa restringem-se numa pequena parte de seu todo, geralmente a gramática?
Na tentativa de mudar essa tradicional realidade, a utilização do jornal na sala de aula é uma técnica reconhecida por auxiliar na aquisição da linguagem, na ampliação do vocabulário, na capacidade de analisar discursos e na própria inserção do aluno, como cidadão, na sociedade, além de predispô-lo favoravelmente à leitura de livros. A produção de um periódico ensina a ler e escrever, de maneira crítica, das manchetes aos suplementos, da economia à cultura, da política ao cotidiano. Explica o modo como ele é preparado, e mostra como sua leitura crítica pode transformar as aulas numa atividade divertida e proveitosa.
Ao produzir um jornal em sala de aula, não se deve valorizar demais o produto final, pois dificilmente ele será parecido com os modelos conhecidos, no entanto quão importante é seu processo de produção que estimula o uso de diferentes gêneros textuais de imprensa (artigo, reportagem, fotojornalismo); diferentes funções e níveis de linguagem presentes nos jornais; noções gramaticais diversas; recursos de pesquisa, do trabalho coletivo e interdisciplinar; estratégias que ajudem a firmar a identidade dos alunos.
O jornal serve para o professor estimular os alunos a escrever, a argumentar, a trabalhar em grupo, entre outras questões.


9. BIBLIOGRAFIA:

FARIA, Maria Alice. Como usar o jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1996.
FARIA, Maria Alice. O jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto,1989.
FARIA, Maria Alice, ZANCHETA JÚNIOR, Juvenal. Para ler e fazer o jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002.
GNERRE, Maurizzio. Linguagem, escrita e poder. São Paulo: Martins Fontes, 1985.
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática.  São Paulo, 2007.
NOBLAT, Ricardo. A arte de fazer um jornal diário. São Paulo: Contexto, 2003. (Comunicação).
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Conteúdo Básico Comum – Português (2005). Educação Básica - Ensino Médio.

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