segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Trovadorismo, Humanismo e Classicismo

Assista as seguintes vídeo- aulas para fixação do conteúdo visto em sala:
Trovadorismo 1
Trovadorismo 2
Humanismo
Classicismo - Introdução
Classicismo 

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Apostila usada em sala:

Literatura Portuguesa – Prática

Trovadorismo

Cantiga de amor: Eu-lirico masculino; cantiga lamentativa; amor platônico, mulher inatingível ou por ser casada ou de classe superior ao trovador,; altamente respeitosa, idealiza a mulher.

Conheço certo homem, ai formosa,
Que por vossa causa vê chegada a sua morte;
Vede quem é e lembrai-vos disso;
Eu, minha senhora.

Conheço certo homem que perto sente
De si a morte chegada certamente;
Vede quem é e tende-o em mente;
Eu, minha senhora.

Conheço certo homem, escutai isto:
Que por vós morre e vós desejais que ele parta;
Vede quem é e não vos esqueçais dele;
Eu, minha senhora.
___________________________
Cantiga de amigo: São mais espontâneas  e menos elaboradas. A repetição pode virar refrão.  O amado é tratado como “meu amigo”. Temos as barcarolas, pastorela, romarias (relativas a assuntos de religião e visita a templos antigos), bailias ou de danças, as alvoradas ou albas. O trovador imagina como são as emoções do eu-lírico feminino em suas relações amorosas. A mulher do povo chora a ausência do amado, que foi embora para cruzada, nos navios para as Índias, ou a abandonou para outra mulher.
Ondas do mar de Vigo,
Se vires meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!

Ondas do mar revolto,
Se vires meu amado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!

Se vires meu amado
Por quem tenho grande temor!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
   ___________________

Cantigas de Escárnio: linguagem mais velada, sátira indiretas em relação às de maldizer.
Cantigas de maldizer: sátiras diretas, litotes ou agressão direta, linguagem de baixo calão.

Ai! dona feia! Fostes vos queixar
Porque nunca vos louvei em meu trovar
Mas, agora quero fazer um cantar
Em que vos louvarei, todavia,
E vide como vos quero louvar:
Dona feia, velha e louca!

Ai! dona feia! Que Deus me perdoe!
Pois vós tendes tão bom coração
Que eu vos louvarei por esta razão,
Eu vos louvarei, todavia;
E veja qual será a louvação:
Dona feia, velha e louca!

Dona feia, eu nunca vos louvei
Em meu trovar, mas muito já trovei;
Entretanto, farei agora um bom cantar
em que vos louvarei todavia:
e vos direi como louvarei:
dona feia, velha e louca!
Ribeirinha
No mundo non me sei pareiha,
Mentre me for como me vai,
Ca já moiro por vós – e ai!
Mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
Me foi a mim mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D’haver eu por vós guarvaia,
Pois, eu, mia senhor, d’alfaia
Nunca de vós houve nen hei
Valia d’ua Correa.

No mundo não conheço quem se compare
A mim enquanto eu viver como vivo,
Pois eu moro por vós – ai!
Pálida senhora de face rosada,
Quereis que eu vos retrate
Quando eu vos vi sem manto!
Infeliz o dia em que acordei,
Que então eu vos vi linda!
E, minha senhora, desde aquele dia, ai!
As coisas ficaram mal para mim,
E vós, filha de Dom Paio
Moniz, tendes a impressão de
Que eu possuo roupa luxuosa para vós,
Pois, eu, minha senhora, de presente
Nunca tive de vós nem terei
O mimo de uma correia.
(Paio Soares de Taveirós)

CANTIGA DE DOR

Amada minha, que posso eu,
humilde servo teu, fazer,
para devolver ao mais formoso rosto
aquele tom, o antigo gosto
que outrora pela vida tinhas?
Quisera eu, Deus permitisse,
alegrar te a vida anonimamente,
acabar com a  saudade
que de outro sente,
devolver-te a felicidade.
Mas como incapaz, deixar-te feliz,
eu não consigo, melhor faria,
deste mundo, já ter partido.
(Fabiana de Oliveira Ribeiro)
CANTO DA SERTANEJA

Cruel caatinga que me cerca,
preferiria eu, tu não existisses,
para que meu amigo outra vez eu visse.
Deixou só com meu rebanho
que parte a cada dia.
Volte minha alegria!

Para meus olhos verde é utopia,
imploro ao Céu: manda água à plantação,
pois só as minhas lágrimas não dão vida ao sertão.
Ao partir para o sul teve início minha agonia.
Volte minha alegria!

Xique-xique, mandacaru, faveiro,
o espinho do nordeste dói, arde, lateja,
traga meu amigo só para qu’eu o veja.
Léguas áridas nos separam, mas
dê fim a essa triste poesia:
Volte minha alegria!
(Fabiana de Oliveira Ribeiro)

Humanismo

Auto da Barca do Inferno
Gil Vicente, considerado o criador do teatro português e um dos maiores gênios da dramaturgia mundial, apresenta nessa peça um painel crítico da sociedade de sua época
12/12/2008 16h43
Na peça Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente coloca vários personagens numa situação-limite. Todos estão mortos e chegam a um porto onde há duas embarcações: uma é chefiada pelo Anjo, que conduz ao paraíso. A outra, pelo Diabo e seu Companheiro, vai para o inferno. Os personagens se apresentam diante do espectador como em um desfile, ao fim do qual cada um terá de enfrentar seu destino.

Esses personagens não representam indivíduos definidos, mas, sim, tipos sociais. Ou seja, não têm características psicológicas particulares. Servem como espécies de modelo, para exemplificar qual era, segundo Gil Vicente, o comportamento de determinados setores da sociedade da época. Por isso, podem ser denominados personagens alegóricos.
As alegorias são imagens que servem de símbolo a interpretações, como representações de uma situação ou de um setor social. Nessa peça, por exemplo, um fidalgo com um pajem e uma cadeira são uma alegoria para toda a nobreza ociosa de Portugal.

O autor se inspirou bastante no teatro alegórico medieval, puramente cenográfico, e também nos momos 
 manifestações populares em que figuras fantasiadas representavam os vícios e as virtudes. Os autos eram representações comuns na Idade Média, em geral de conteúdo satírico ou alegórico. Publicado em 1517, o Auto da Barca do Inferno é, de acordo com o autor, um auto de moralidade. 

ENREDO
O Fidalgo é o primeiro a aproximar-se dos barcos, acompanhado de um pajem e de uma cadeira, símbolo de sua pretensa nobreza. O Fidalgo dirige-se primeiramente à Barca do Inferno, ainda sem reconhecer seu capitão. Quando enfim o Diabo se apresenta, o Fidalgo recusa-se a entrar no batel (barco) infernal, alegando que se salvaria por deixar na outra vida quem rezasse por ele. O Diabo responde-lhe com ironia:

Quem reze sempre por ti?... 
Hi-hi-hi-hi-hi-hi-hi! 
E tu viveste a teu prazer,
cuidando cá guarecer
(encontrar abrigo, salvação)
porque rezam lá por ti?
Embarca!, ou embarcai!,
que haveis de ir à derradeira,
(final)
mandai meter a cadeira
que assim passou vosso pai
.

Nesse trecho, é possível perceber a fineza da ironia do Diabo 
 personagem pelo qual fala muitas vezes a voz do autor. Observe, por exemplo, como o Diabo muda o pronome de tratamento de tu para vós no verso: Embarca!, ou Embarcai!, colocando em dúvida a nobreza de seu interlocutor. No último verso do trecho, o Diabo ofende a linhagem do Fidalgo, dizendo que o pai do personagem também teria tido como destino a danação. O Fidalgo encaminha-se então para a barca do paraíso, na qual é duramente reprimido pelo arrais do céu, o Anjo, que o acusa de tirania e o manda de volta à barca infernal, para a qual ele se encaminha resignadamente. 
O Onzeneiro (agiota) carrega uma bolsa, s
ímbolo de sua ganância. Assim como o Fidalgo e os demais personagens, ele acredita erroneamente em sua salvação. Após travar diálogo com o Diabo, encaminha-se para o batel celeste, do qual é repelido e obrigado a retomar seu destino, ou seja, o inferno.
Esse triplo movimento (Barca do Inferno, Barca do Céu, Barca do Inferno) é seguido pela maioria dos personagens. Por isso, a peça apresenta uma estrutura esquemática, que se disfarça pela inclusão da figura do Parvo, personagem que representa o povo e é colocado assimetricamente entre os condenados.
O Parvo, por ser tolo e inocente, não é condenado, embora utilize uma linguagem chula e muitas vezes ofensiva. Dirige-se ao Diabo da seguinte
forma:

Furta-cebolas! Hiu! Hiu! 
Excomungado das igrejas!
Burrela, cornudo sejas!
(diminutivo de burra,
zombaria, esparrela)
Toma o pão que te caiu,
A mulher que te fugiu
Pera a Ilha da Madeira!
Ratinho da Giesteira,
(trabalhador do campo)
O demo que te pariu!
” 

Ao Parvo segue-se o Sapateiro, que leva consigo as ferramentas, símbolos de seu ofício e de sua maneira de ganhar dinheiro com a necessidade alheia. Ele espera salvar-se por ter confessado seus pecados e comungado antes de morrer. O Diabo, porém, o condena por sua hipocrisia, que o levava a roubar seus clientes logo depois de assistir às missas.
O Frade carrega armas de combate 
 um capacete e uma espada  e uma amante, Florença. Um dos personagens mais ridicularizados do auto, ele baila o tordião (dança cortesã) e dá aulas de esgrima diante do Diabo. O Frade acredita que, graças à sua condição de sacerdote, encontrará salvação.
Após ser ironizado pelo Diabo e pelo Parvo, o padre segue o caminho dos demais danados.
Brísida Vaz é uma alcoviteira (dona de prostíbulo) e carrega vários apetrechos: hímens postiços, peças de encantar os homens, artigos de feitiçaria 
 o que indica que Gil Vicente condenava crendices e superstições populares. Seu destino é a perdição. Ela ainda argumenta, em vão, que salvou mais meninas do que Santa Úrsula. Utilizando linguagem vulgar, chama o Anjo de barqueiro, mano, meus olhos. 
O Judeu aparece acompanhado de um bode e, por n
ão seguir a fé cristã, 
n
ão compreende tudo o que está ocorrendo. Inicialmente, nenhum dos barqueiros deseja levá-lo. O Diabo, por fim, consente em carregá-lo, mas a reboque. Em Portugal, naquela época, estava disseminado um forte anti-semitismo (preconceito contra os judeus), A cena escrita por Gil Vicente expressa essa situação. Cabe aos leitores atuais entendê-la no contexto do período em que foi criada.

TEMPO E ESPAÇO

Os dois personagens que se seguem 
 o Corregedor e o Procurador  chegam carregados de livros e de processos. São corruptos e falam numa linguagem empolada, cheia de citações em latim, nas quais quase sempre incorrem em erros. Achincalhados pelo Parvo, são logo mandados para a Barca do Inferno, cada vez mais cheia.
O Enforcado também é um condenado, embora esperasse encontrar salvação porque lhe disseram que iria para o céu se abdicasse da vida. Logo percebe que havia sido enganado e acaba aceitando entrar na barca satânica.
O auto se encerra com quatro cavaleiros trazendo uma cruz, o que indica que morreram nas cruzadas, defendendo a fé cristã. Após uma curta resposta ao Diabo (Quem morre por Jesus Cristo n
ão vai em tal barca como essa!), encaminham- se à barca celeste. 
Na obra, o tempo e o espaço não são definidos. Encontram-se em uma dimensão mítica, às margens do rio da morte, o rio Letes, já que se trata de uma obra alegórica.

Classicismo

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Camões)

                           Luís de Camões
OS LUSÍADAS - trechos - Camões

Luís Vaz de Camões
As armas e os barões assinalados (Os Lusíadas, Canto I, 1 a 15) 

 As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
  
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
  
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.  

Quinhentismo

Trechos da carta de Pero Vaz de Caminha

            A carta de Pero Vaz de Caminha foi escrita com o objetivo de relatar ao rei de Portugal, dom Manuel I, os principais acontecimentos da expedição comandada por Pedro Álvares Cabral às Índias.
            A seguir, serão apresentados alguns trechos que se referem aos primeiros contatos dos portugueses com as populações indígenas e com as terras que deram origem ao nosso país.
            Leia com atenção os fragmentos selecionados e, em seguida, responda às questões propostas.
Trecho 1
            A pele deles é parda e um pouco avermelhada. Têm rostos e narizes bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem se preocupam em cobrir ou deixar de cobrir suas vergonhas mais do se que preocupariam em mostrar o rosto. E a esse respeito são bastante inocentes. Ambos traziam o lábio inferior furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, fino na ponta como um furador. (…)
            Os cabelos deles são lisos. E os usavam cortados e raspados até acima das orelhas. E um deles trazia como uma cabeleira feita de penas amarelas que lhe cobria toda a cabeça até a nuca (…).
            Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, eles se tornaria, logo cristãos, visto que não aparentam ter nem conhecer crença alguma. Portanto, se os degredados que vão ficar aqui aprenderem bem a sua fala e só entenderem, não duvido que eles, de acordo com a santa intenção de Vossa Alteza, se tornem cristãos e passem a crer na nossa santa fé. Isso há de agradar a Nosso Senhor, porque certamente essa gente é boa e de bela simplicidade. E poderá ser facilmente impressa neles qualquer marca que lhes quiserem dar, já que Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens. E creio que não foi sem razão o fato de Ele nos ter trazido até aqui.
Trecho 2
            Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta mais ao Sul até a outra ponta ao Norte, do que nós pudemos observar deste porto, é tão grande que deve ter bem ou vinte e cinco léguas de costa. Ao longo do mar, têm, em algumas partes, grandes barreiras, uma vermelhas e outras brancas; e a terra é toda chã e muito formosa. O sertão nos pareceu, visto do mar, muito grande; porque a estender os olhos não podíamos ver senão terra e arvoredos – terra que nos parecia muito extensa.
            Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem os vimos. Contudo, a terra em si é de bom clima, fresco e temperado, como os de Entre-D’Ouro-E-Minho, nesta época do ano. As águas são muitas; infinitas. De tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por causa das águas que tem!
Glossário
Chã: plana   Degredado: exilado
Entre-D’Ouro-E-Minho: regiões litorâneas de Portugal
Légua: representava para os portugueses, 5512 m.
Sertão: refere-se ao interior das terras encontradas.
Questões propostas
1. O texto apresenta algumas características dos primeiros indígenas avistados pelos portugueses. De que forma Caminha os descreve Utilize as informações do texto para construir sua resposta.
2. Como foi tratada a questão da religiosidade das populações indígenas pelo autor da carta? Justifique sua resposta.
3. Partindo da narração acima, é possível afirmar que Caminha teve uma boa impressão das terras encontradas? Por quê?
4. Quais interesses econômicos dos portugueses sobre essas terras ficaram evidentes no texto? Justifique sua resposta, utilizando os trechos que leu.


Ao Santíssimo Sacramento
Oh que pão, oh que comida,
Oh que divino manjar
Se nos dá no santo altar
Cada dia.
Filho da Virgem Maria
Que Deus Padre cá mandou
E por nós na cruz passou
Crua morte.

E para que nos conforte
Se deixou no Sacramento
Para dar-nos com aumento
Sua graça. [...] (Pe. José de Anchieta)


Exercícios de fixação da aprendizagem
TROVADORISMO
1. O mais antigo documento da literatura portuguesa data de:
a. (   ) 1139                                  b. (   ) 1128       c. (   ) fins do século XII             d. (   ) fins do século XI

2. O autor do mais antigo documento da literatura portuguesa é:
a. (   ) D. Dinis                               b. (   ) Fernão Lopes     c. (   ) D. Afonso Henriques          d. (   ) Paio Soares de Taveirós

3. Uma das diferenças fundamentais entre as cantigas de amor e as de amigo é:
a. (   ) a autoria                                            b. (   ) o eu-lírico    c. (   ) a língua em que eram escritas           d. (   ) o caráter épico

4. Assinale a alternativa correta:
a. (   ) não houve prosa no período trovadoresco    b. (   ) a prosa, no período trovadoresco, sofreu a influência provençal
c. (   ) a prosa do período trovadoresco era exclusivamente histórica    d. (   ) a prosa do período trovadoresco era literalmente inferior à poesia do mesmo período.

5. A confissão da “coita d’amor”, amor respeitoso e platônico, vassalagem amorosa a uma dama inacessível são características das:
a. (   ) cantigas de amor             b. (   ) cantigas de amigo    c. (   ) cantigas de escárnio        d. (   ) cantigas de maldizer

6. A poesia, na Idade Média:
a. (   ) era independente da música    b. (   ) confundia-se com a prosa, pelo primitivismo da língua e dos recursos técnicos
c. (   ) era acompanhada de música   d. (   ) originou-se das antigas canções de gesta

7.  “Estes meus olhos nunca perderán,
Senhor, gran coita, mentr’eu vivo for,
E direi-vos, fremosa mia senhor,
Destes meus olhos a coita que hán:
Choran e ceganquando’alguen non veem
E ora cegam por alguem que veem.
O texto acima é um(a):
a. (   ) soneto                      b. (   ) cantiga de amor   c. (   ) cantiga de amigo      d. (   ) cantiga satírica

8. Refrão e paralelismo são recursos mais frequentemente encontrados:
a. (   ) nas cantigas de amor                             b. (   ) nas cantigas de amigo   c. (   ) nas cantigas de amor e de amigo        c. (   ) nas cantigas de mestria

9. Dá-se o nome de “tenção” às cantigas de:
a. (   ) amor          b. (   ) amigo       c. (   ) mestria     d. (   ) dialogadas

10. A chamada Época Provençal da literatura portuguesa caracterizou-se pelo fato de os:
a. (   ) escritores portugueses escreverem no dialeto provençal.
b. (   ) trovadores portugueses, independente do cunha nacional que imprimiam às suas cantigas, imitarem o trovadorismo de Provença.
c. (   ) trovadores portugueses falarem, em suas cantigas, da vida cortesã de Provença.
d. (   ) poetas portugueses traduzirem e cantarem as cantigas provençais.

11. “Ai, flores, ai flores do verde ramo
Se sabedes (sabeis) novas do meu amado?
Ai, Deus, e u (onde) é (está)?”
Baseado nas características do período literário a que pertence o texto acima, escreva as palavras que completam as lacunas da frase abaixo:
Os versos pertencem a uma cantiga de (a) ____________, característica do (b) ______________ português, estética literária dos séculos XII, XIII e XIV.

12. Assinale 1 para as cantigas de amigo; 2 para as cantigas de amor; 3 para as cantigas de escárnio:


a. (   ) “Senhor fremosa (formosa), pois me non queredes
creer a coita (dor) en que me ten amor,
por meu mal é que que tanbenparecedes
e por meu mal vos filhei (tomei) por senhor”

b. (   ) “Ai dona fea! foste-vos queixar
porque vos nunca loei (louvei) em meu trobar (cantar)
mais ora quero fazer un cantar
em que vos loarei (louvarei) toda via
e vedes como vos quero loar:
donafea, velha e sandia!” (louca)

c. (   ) “Bailemos nós já todas três, ai amigas,
so (sob) aquestas avelaneiras frolidas (floridas)
equen for velida (bela), como nós, velidas (belas)



13. “Coube ao século XIX a descoberta surpreendente da nossa primeira época lírica. Em 1904, com a edição crítica e comentada doCancioneiro da Ajuda, por Carolina Michaelis de Vasconcelos, tivemos a primeira grande visão de conjunto do valiosíssimo espólio descoberto.” (Costa Pimpão).
A afirmativa se refere a uma época literária. Responda:
a) qual é essa “primeira época lírica” portuguesa?_________________
b) que tipos de composições poéticas se cultivavam nessa época?

14. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do Trovadorismo em Portugal:
a. (   ) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre a poesia e a música.
b. (   ) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.
c. (   ) Nas cantigas de amor há o reflexo do relacionamento entre senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.
d. (   ) Nas cantigas de amigo, o trovador (sempre um homem) escreve o poema assumindo o papel feminino.

15. Assinale a alternativa INCORRETA sobre as cantigas de amor:
a. (   ) Apresentam forte influência provençal e eu-lírico masculino. b. (   ) Têm uma linguagem mais sofisticada que as cantigas de amigo. c. (   ) Seu tema é o sofrimento amoroso ocasionado, em geral, pela dife-rença social existente entre o trovador e a amada.
d. (   ) A mulher amada, ou ignora a paixão do trovador ou está ciente dela e a despreza.


16. Qual a obra literária considerada o marco inicial do período trovadoresco em Portugal?
17. Os textos abaixo são de cantigas medievais e foram adaptados para o português atual. Identifique cada uma de acordo com as características das cantigas de amor, de amigo, de escárnio ou de maldizer.



a) A dona que eu sirvo e que muito adoro
mostrai-ma, ai Deus! pois eu vos imploro
se não, dai-me a morte.    (Bernardo de Bonaval)

b) Trovas não fazeis como provençal
mas como Bernardo, o de Bonaval.
O vosso trovar não é natural.
Ai de vós, com ele e o Demo aprendestes.
Em trovardes mal, vejo eu o sinal
das loucas ideias em que empreendestes.
Por isso, D. Pero, em Vila-Real,
Fatal foi a hora em que tanto bebestes.     (D. Afonso X, o Sábio)

c) Ai flores, ai flores do verde ramo,
sesabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, onde ele está?           (D. Dinis)

d) Ai, dona feia, foste-vos queixar
de que nunca vos louvei em meu trovar;
e umas trovas vos quero dedicar
em que louvada de toda maneira sereis;
tal é o meu louvar:
dona feia, velha e sandia!          (João Garcia de Guilhade)




HUMANISMO
01. Sobre o Humanismo, identifique a alternativa falsa:
a) Em sentido amplo, designa a atitude de valorização do homem, de seus atributos e realizações.
b) Configura-se na máxima de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”.
c) Rejeita a noção do homem regido por leis sobrenaturais e opõe-se ao misticismo.
d) Designa tanto uma atitude filosófica intemporal quanto um período especifico da evolução da cultura ocidental.
e) Fundamenta-se na noção bíblica de que o homem é pó e ao pó retornará, e de que só a transcendência liberta o homem de seu insignificância terrena.

02. Ainda sobre o Humanismo, assinale a afirmação incorreta:
a) Associa-se à noção de antropocentrismo e representou a base filosófica e cultural do Renascimento.
b) Teve como centro irradiador a Itália e como precursor Dante Alighieri, Boccaccio e Petrarca.
c) Denomina-se também Pré-Renascentismo, ou Quatrocentismo, e corresponde ao século XV.
d) Representa o apogeu da cultura provençal que se irradia da França para os demais países, por meio dos trovadores e jograis.
e) Retorna os clássicos da Antiguidade greco-latina como modelos de Verdade, Beleza e Perfeição.

03. Sobre a poesia palaciana, assinale a alternativa falsa:
a) É mais espontânea que a poesia trovadoresca, pela superação da influência provençal, pela ausência de normas para a composição poética e pelo retorno á medida velha.
b) A poesia, que no trovadorismo era canto, separa-se da música, passando a ser fala. Destina-se à leitura individual ou à recitação, sem o apoio de instrumentos musicais.
c) A diversidade métrica da poesia trovadoresca foi praticamente reduzida a duas medidas: os versos de 7 sílabas métricas (redondilhas menores).
d) A utilização sistemática dos versos redondilhas denominou-se medida velha, por oposição à medida nova, denominação que recebemos os versos decassílabos, trazidos da Itália por Sá de Miranda, em  1527.
e) A poesia palaciana foi compilada em 1516, por Garcia de Resende, no Cancioneiro Geral, antologia que reúne 880 composições, de 286 autores, dos quais 29 escreviam em castelhano. Abrange a produção poética dos reinados de D. Afonso V (1438-1481), de D. João II (1481-1495) e de D. Manuel I – O Venturoso (1495-1521).

04. O Cancioneiro Geral não contém:
a) Composições com motes e glosas.  b) Cantigas e esparsas.  c) Trovas e vilancetes.  d) Composições na medida velha.
e) Sonetos e canções.

05. A obra de Fernão Lopes tem um caráter:
a) Puramente científico, pelo tratamento documental da matéria histórica; b) Essencialmente estético pelo predomínio do elemento ficcional;  c) Basicamente histórico, pela fidelidade à documentação e pela objetividade da linguagem científica;
d) Histórico-literário, aproximando-se do moderno romance histórico, pela fusão do real com o imaginário.
e) Histórico-literário, pela seriedade da pesquisa histórica, pelas qualidades do estilo e pelo tratamento literário, que reveste a narrativa histórica de um tom épico e compõe cenas de grande realismo plástico, além do domínio da técnica dramática de composição.

06. (FUVEST) Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente:
a) Compôs peças de caráter sacro e satírico.  b) Introduziu a lírica trovadoresca em Portugal.
c) Escreveu a novela 
Amadis de Gaula.   d) Só escreveu peças e português. e) Representa o melhor do teatro clássico português.

07. (FUVEST-SP) Caracteriza o teatro de Gil Vicente:
a) A revolta contra o cristianismo.  b) A obra escrita em prosa.  c) A elaboração requintada dos quadros e cenários apresentados.
d) A preocupação com o homem e com a religião.  e) A busca de conceitos universais.

08. (FUVEST-SP) Indique a afirmação correta sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente:
a) É intricada a estruturação de suas cenas, que surpreendem o público com a inesperado de cada situação.
b) O moralismo vicentino localiza os vícios, não nas instituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas.
c) É complexa a critica aos costumes da época, já que o autor primeiro a relativizar a distinção entre Bem e o Mal.
d) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens populares mais ridicularizadas e as mais severamente punidas.
e) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não fazendo referência a qualquer exemplo de valor positivo.

09. (FUVEST-SP) Diabo, Companheiro do Diabo, Anjo, Fidalgo, Onzeneiro, Parvo, Sapateiro, Frade, Florença, Brísida Vaz, Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado e Quatro Cavaleiros são personagens do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.
Analise as informações abaixo e selecione a alternativa incorreta cujas características não descrevam
adequadamente a personagem.
a) O Onzeneiro idolatra o dinheiro, é agiota e usurário; de tudo que juntara, nada leva para a morte, ou
melhor, leva a bolsa vazia.
b) O Frade representa o clero decadente e é subjugado por suas fraquezas: mulher e esporte; leva a amante e as armas de esgrima.
c) O Diabo, capitão da barca do inferno, é quem apressa o embarque dos condenados; é dissimulado e irônico.
d) O Anjo, capitão da barca do céu, é quem elogia a morte pela fé; é austero e inflexível.
e) O Corregedor representa a justiça e luta pela aplicação integra e exata das leis; leva papéis e processos.

10. Leia com atenção o fragmento do Auto da Barco do Inferno, de Gil Vicente:
Parvo –    – Hou, homens dos breviários,
Rapinastis coelhorum
Et pernis perdigotorum
E mijais nos campanários.
Não é correto afirmar sobre o texto:
a) As falas do Parvo, como esta, sempre são repletas de gracejos e de palavrões, com intenção satírica.
b) Nesta fala, o Parvo está denunciando a corrupção do Juiz e do Procurador.
c) O latim que aparece na passagem é exemplo de imitação paródia dessa língua.
d) Por meio de seu latim, o Parvo afasta-se de seu simplicidade, mostrando-se conhecedor de outra línguas.
e) Ao misturar um falso latim com palavrões, Gil Vicente demonstra a natureza popular de seu teatro e de seus canais de expressão.

CLASSICISMO
01 - Nas obras classicistas, são fortes as seguintes características:
A)Valorização da fé; presença de elementos da cultura antiga; presença de figuras de linguagem; poesias acompanhadas de músicas. b) Presença e valorização de elementos da cultura clássica; equilíbrio entre razão e emoção, com valorização do racionalismo, do homem e da vida terrena; desejo de perfeição nas estruturas poéticas a partir de novas formas e medidas. c) Ênfase na efemeridade do tempo; valorização da vida terrena; presença de figuras de linguagem; conflitos entre razão e emoção. d) Sentimentalismo; exaltação da religião e da fé; desilusão e tédio; valorização da nobreza; presença de símbolos que remetem à cultura clássica. e) Equilíbrio entre razão e emoção; presença de símbolos que remetem à cultura clássica; valorização da vida terrena; desejo de poesias acompanhadas de músicas; ênfase da efemeridade do tempo.

02 - Em Portugal, o Classicismo surgiu em meados de 1527, tendo como principais autores:
a)       Luiz de Camões; Sá de Miranda; Antônio Ferreira; Bernardim Ribeiro. b) Bernardo Bonaval; Luiz de Camões; Gregório de Matos. c) Padre Antônio Vieira; Almeida Garret; Luiz de Camões. d) Gregório de Matos; Padre Antônio Vieira; Almeida Garret; Luiz de Camões. e) Luiz de Camões; Eça de Queiroz; Padre Amaro.

 03 - No Brasil, o Classicismo é mais conhecido como Quinhentismo e é diferente do movimento que ocorreu em Portugal, apesar de ocorrer no mesmo tempo. A produção deste movimento é feita por portugueses e resume-se a:
 a) Literatura colonial, feita pelos colonos que se instalaram no país; literatura indígena, que posteriormente foi traduzida por habitantes da colônia que aprenderam o idioma. b) Literatura indígena, que posteriormente foi traduzida por habitantes da colônia que aprenderam o idioma; literatura jesuíta, com textos simples para catequizar os índios. c) Literatura de informação, com documentos sobre as terras descoberta, suas belezas e habitantes; literatura jesuíta, com textos simples para catequizar os índios. d) Literatura de informação, com documentos sobre as terras descoberta, suas belezas e habitantes; literatura indígena, que posteriormente foi traduzida por habitantes da colônia que aprenderam o idioma. e) Todas estão corretas.

04. Identifique a alternativa que não contenha ideais clássicos de arte:
 a) Universalismo e racionalismo. b) Formalismo e perfeccionismo. c) Obediência às regras e modelos e contenção do lirismo. d) Valorização do homem (do aventureiro, do soldado, do sábio e do amante) e verossimilhança (imitação da verdade e da natureza). e) Liberdade de criação e predomínio dos impulsos pessoais.

 05. O culto aos valores universais – o Belo, o Bem, a Verdade e a Perfeição – e a preocupação com a forma aproximaram o Classicismo de duas escolas literárias posteriores. Aponte a alternativa que identifica essas escolas
 a) Barroco e Simbolismo; b) Arcadismo e Parnasianismo; c) Romantismo e Modernismo; d) Trovadorismo e Humanismo; e) Realismo e Naturalismo.

 06. NÃO se relaciona à medida nova: a) versos decassílabos; b) influência italiana; c) predileção por formas fixas; d) sonetos, tercetos, oitavas e odes; e) cultura popular, tradicional.

 07. O Classicismo propriamente dito, tem por limites cronológicos, em Portugal, as datas de:
 a) 1500 e 1601. b) 1434 e 1516. c) 1502 e 1578. d) 1527 e 1580. e) 1198 e 1434.

 08. Assinale a INCORRETA sobre Camões: a) Sua obra compreende os gêneros épico, lírico e dramático. b) A lírica de Camões permaneceu praticamente inédita. Sua primeira compilação e póstumas, datada de 1595, e organizada sob o título de As Rimas de Luis de Camões, por Fernão Rodrigues Lobo Soropita. c) Sua lírica compõe-se exclusivamente de redondilhas e sonetos. d) Apesar de localizada no período clássico-renascentista, a obra de citações barrocas. e) Representa a amadurecimento de língua portuguesa, sua estabilização e a maior manifestação de sua excelência literária.

09. Ainda sobre Camões, assinale a INCORRETA:
 a) Não há um texto definitivo de lírica camoniana. Atribuem-se-lhe cerca de 380 composições líricas, destacando-se os cerca de 200 sonetos, alguns de autoria controversa. b) Camões teria reunido sua lírica sob o título de O Parnaso Lusitano, que se perdeu, e do qual há algumas referências nas cartas do poetas. c) As redondilhas de Camões seguem os moldes da poesia palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e, mesmo na medida velha, o poeta superou seus contemporâneos e antecessores. d) A lírica na medida velha, tradicional, medieval, vale-se dos motes glosados, das redondilhas e são de cunho galante, alegre madrigalesco. e) A principal diferença entre a poesia lírica e a poesia épica é formal e manifesta-se da utilização de versos de diferentes metros.

 10. (FUVEST-SP) Na Lírica de Camões: a) o verso usado para a composição dos sonetos é a redondilha maior; b) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos; c) cantar a pátria é o centro das preocupações; d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX; e) a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade.

 11. (MACKENZIE-SP) Sobre o poema Os Lusíadas, é INCORRETO afirmar que: a) quando a ação do poema começa, as naus portuguesas estão navegando em pleno Oceano Índico, portanto no meio da viagem; b) na Invocação, o poeta se dirige às Tágides, ninfas do rio Tejo; c) Na ilha dos Amores, após o banquete, Tétis conduz o capitão ao ponto mais alto da ilha, onde lhe descenda a “máquina do mundo”; d) Tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da Gama, a fim de estabelecer contato marítimo com as Índias; e) É composto em sonetos decassílabos, mantendo em 1.102 estrofes o mesmo esquema de rimas.

 12 - (UFSCar-2003) A questão seguinte baseia-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.


 Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto)
Que ficava nas praias, entre a gente,
 Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
 Que nós no mar ouvimos claramente,
C’um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:

 “Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
 Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
 Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!

 Dura inquietação d’alma e da vida
Fonte de desamparos e adultérios,
 Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios!
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo digna de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana.”



 Os versos de Camões foram retirados da passagem conhecida como O Velho do Restelo. Nela, o velho
a)       abençoa os marinheiros portugueses que vão atravessar os mares à procura de uma vida melhor. b) critica as navegações portuguesas por considerar que elas se baseiam na cobiça e busca de fama. c) emociona-se com a saída dos portugueses que vão atravessar os mares até chegar às Índias. d) destrata os marinheiros por não o terem convidado a participar de tão importante empresa. e) adverte os marinheiros portugueses dos perigos que eles podem encontrar para buscar fama em outras terras.

13 - As obras literárias produzidas durante o Renascimento privilegiam as seguintes características, EXCETO:
a)       Recuperação de temas da Antiguidade Clássica. b) Perspectiva humanista. c) Universalidade. d) Racionalismo. e) Metafísica e religiosidade.

 14 - No Brasil, os principais representantes do Quinhentismo foram:
a)       Gregório de Matos, Padre Antônio Vieira, Tomás Antônio Gonzaga e Basílio da Gama. b) Pero Vaz de Caminha, Pero M. Gândavo, Gabriel Soares de Sousa e José de Anchieta. c) Cláudio Manuel da Costa, Alvarenga Peixoto, Santa Rita Durão e José de Anchieta. d) Pero Vaz de Caminha, José de Anchieta, Padre Antônio Vieira e Gabriel Soares de Sousa. e) Tomás Antônio Gonzaga, José de Anchieta, Pero Vaz de Caminha e Silva Alvarenga.

15 - (Fuvest) - "Já vai andando a récua dos homens de Arganil, acompanham-nos até fora da vila as infelizes, que vão clamando, qual em cabelo, Ó doce e amado esposo, e outra protestando, Ó filho, a quem eu tinha só para refrigério e doce amparo desta cansada já velhice minha, não se acabavam as lamentações, tanto que os montes de mais perto respondiam, quase movidos de alta piedade (...)". (J. SARAMAGO, 'Memorial do convento')
Em muitas passagens do trecho transcrito, o narrador cita textualmente palavras de um episódio de Os Lusíadas, visando a criticar o mesmo aspecto da vida de Portugal que Camões, nesse episódio, já criticava. O episódio camoniano citado e o aspecto criticado são, respectivamente,
a)       O Velho do Restelo; a posição subalterna da mulher na sociedade tradicional portuguesa. b) Aljubarrota; a sangria populacional provocada pelos empreendimentos coloniais portugueses. c) Aljubarrota; o abandono dos idosos decorrente dos empreendimentos bélicos, marítimos e suntuários. d) O Velho do Restelo; o sofrimento popular decorrente dos empreendimentos dos nobres. e) Inês de Castro; o sofrimento feminino causado pelas perseguições da Inquisição.

16 - (Fuvest) - "Amor é um fogo que arde sem se ver, /É ferida que dói e não se sente;/ É um contentamento descontente, /É dor que desatina sem doer." De poeta muito conhecido, está é a primeira estrofe de um poema que parece comprazer-se com o paradoxo, enfeixando sensações contraditórias do sentimento humano, se examinadas sob o prisma da razão. Indique, na relação a seguir, o nome do autor. a) Bocage. b) Camilo Pessanha. c) Gil Vicente. d) Luís de Camões. e) Manuel Bandeira.

 17 - (Uelondrina) - A chamada atividade literária das primeiras décadas de nossa formação histórica caracterizou-se por seu cunho pragmático estrito, seja a circunscrita ao parâmetro jesuítico, seja a decorrente de viagens de reconhecimento e informação da terra. São representantes dos dois tipos de atividade literária referidos no excerto acima:
 a) Gregório de Matos e Cláudio Manuel da Costa. b) Antônio Vieira e Tomás Antônio Gonzaga. c) José de Anchieta e Gabriel Soares de Sousa. d) Bento Teixeira e Gonçalves de Magalhães. e) Basílio da Gama e Gonçalves Dias.

18 - (Mackenzie) - O tom pessimista apresentado por Camões no epílogo de "Os Lusíadas" aparece em outro momento do poema. Isso acontece no episódio:

a)       do Gigante Adamastor. b) do Velho do Restelo. c) de Inês de Castro. d) dos Doze de Inglaterra. e) do Concílio dos Deuses.